Sons de Gaitas, Violões e Pés: Assista ao documentário da Ave Sangria

Neste curta metragem resume-se a história de uma das mais pioneiras bandas de rock do nordeste, contemporâneos do Novos Baianos, a Ave Sangria vem do Pernambuco, em plena ditadura, jovens com mentes inquietas reviram os valores culturais e sociais do interior pernambucano. São uma das primeiras bandas a mesclar ritmos locais com a estética estrangeira do rock and roll, além de apresentar um lirismo incrível, chegaram ao sucesso com uma música chamada Seu Waldir, originalmente escrita para ser interpretada por uma cantora que acabou rejeitando a letra, esta canção fala com um eu lírico apaixonado pelo tal Seu Waldir, sendo assim, a banda grava em seu repertório.

A confusão começa quando em pleno golpe um grupo musical de homens resolve falar de um amor tão aberto dedicado a um outro homem, além de algumas outras características estéticas que a banda carregou como o uso de batom, beijo no lábio entre os membros da banda no palco, tudo isso culmina num sucesso não previsto, este por sua vez que contribuiu com o esgotamento do primeiro vinil da banda no mercado, mas não por conta das vendas apenas, chegou ao ponto dos militares removerem de mercado e censurarem de maneira completa um álbum com conteúdo tão "forte". Na década de 1970, a rotina dos músicos da Ave Sangria se resumia a ensaiar fazer shows e comparecer periodicamente à polícia para submeterem cartazes e letras de música aos censores. Relembrando o período da censura do LP, Almir conta que os danos foram bem maiores do que as perdas financeiras. 


“O que a gente passou não foi brincadeira. Muita coisa aconteceu depois e nos afetou psicologicamente também. Eu passei seis meses sem conseguir falar com ninguém. Foi dramático demais.  Esse fato acabou com a minha história na música. Imagina o quanto a gente perdeu nesses 40 anos? Segundo informações da Comissão de Anistia, já foram anistiadas cerca de 40 mil pessoas nestes 14 anos. O Portal EBC buscou junto ao órgão dados que indiquem quantos dos anistiados brasileiros são músicos que tiveram suas carreiras afetadas pela ação do regime militar no Brasil, mas a Comissão informou que não tinha informações que permitiam traçar os perfis dos anistiados. O processo da banda Ave Sangria cita outros dois artistas que já solicitaram anistia por causa de censura artística: o mineiro Sirlan Antônio de Jesus, anistiado em agosto de 2015, e do ator Bayard dos Santos Tonielli, integrante do grupo Diz Croquettes, ainda em fase de pré-análise.
O boicote fez com a gravadora quebrasse o contrato de dois discos com a banda, além de ter declarado o fim comercial para o grupo que relançou o disco sem a música Seu Waldir, porém sem o retorno que a primeira prensagem tivera, isso culminado com o convite de Alceu Valença feito para toda a banda ser seu grupo de apoio faz com a Ave cesse suas atividades.

(...) a banda formada por Marco Polo (vocais), Ivson Wanderley (guitarra solo e violão), Paulo Rafael (guitarra base, sintetizador, violão, vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Agrício Noya (percussão) se desfez. 

Confira o documentário Sons de Gaitas, Violões e Pés:

Fonte: https://www.avesangria.com/post/a-censura-a-seu-waldir-em-1974

PS: Houve problema com a formatação do blogger e a postagem ficou com cores diferentes no texto, tentamos resolver mas a plataforma não muda isso por nada! 

Comentários