Enema Noise: AQUILO QUE JÁ É MEU | HORA MAIS FRIA [Resenha]

O ex grupo e atual duo de noise rock acaba de lançar no último mês (dia 13 de abril sendo mais exato) o seu mais novo material. Se trata de um EP com 5 músicas que marca a nova fase da banda como uma dupla (Lamin e Murilo, voz e baixo respectivamente) a gravação foi feita em casa, dessa vez a bateria utilizada foi eletrônica, conta com duas músicas inéditas gravadas em 2019 junto com dois remixes sendo eles Acabe com Sua banda Ruim, feito por Kleberg e Ordem que foi remixada por Thiago Lourenço T^2. 

 
A capa do disco é um trabalho de serigrafia feito por Lúcia Aleksandrova (@aleksdrvartworks) e o material conta com distribuição digital da Milo Recs (@milorecs) pela Tratore nas próximas semanas. Em formato físico sai em vinil 7 polegadas pela Lombra Records (@lombra_records) com a track bônus "bad houses" cover do Big Black. O vinil será vendido por 60 R$, pedidos podem ser feitos porém só serão enviados/entregues após a quarentena.

"Eu finalmente dei um novo emprego para o meu ódio gratuito e me custou tudo que eu já escuto. Não basta me o que é possível ter: Agora só podem devolver aquilo que já é meu!
Já basta tudo que ninguém escuta, eu me somo ao nome de outros filhos sem pai e essa lista vai aumentar. A cada passo deles nós estamos atrás. Não pense que não vou comemorar o fio cego da guilhotina quando essa lista aumentar! A cada passo deles, marchando pra trás. Não pense que não vou comemorar o fio cego da guilhotina que vai devolver aquilo que já é meu!" Trecho de Aquilo Que Já é Meu 
 

Sobre as músicas pode-se dizer que este EP traz um novo lado para o poliedro sonoro da Enema Noise, as músicas no EP conseguem manter sua identidade ao mesmo tempo que se expande em uma nova textura ainda não apresentada, a junção que o noise cru faz com a música eletrônica abre um espaço muito bem habitável pela catarse, as letras tem um discurso  que beira o prosaico um lírica dispersa, com reflexões introspectivas que constatam uma apatia sobre/pelo eu a partir de seu meio, o resultado de uma reflexão profunda que reflete tanto em métrica quanto na diegese que as letras constroem. Os remixes que estão no registro são muito bem feitos, fazem uma transição de atmosfera muito intrigante, que junto com as letras das músicas dão outro aspecto mas com um sentido de continuidade, por incrível que pareça, as músicas remixes passam uma ideia de progressão da atmosfera criada no início do EP, não dão um rompimento brusco como é de se esperar quando se junta noise com remix em um mesmo registro, perfeitas colagens sonoras, fechando vem o cover Bad Houses que tem um som beirando o pós punk e música industrial. Com certeza vale ouvir por bem mais que os 11 minutos e 15 segundos que duram o EP. Se gostar, não perca tempo e encomende já sua cópia!

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