COLUNA ARTE NO OESTE: ROMPENDO O MEDO COM DÉBORA SANTANA


Santa Maria da Vitória-BA é a raiz de Débora Santana, local onde nasceu e vive até hoje com muita história pra contar. Essa artista santamariense trás consigo seu repertório dedicado a produção de telas, cerâmica e performance. Débora conta pro nosso blog de notícias que existiu um momento crucial em sua vida, o momento em que decidiu cursar Artes Visuais. A artista conta que tinha uma visão distanciada da arte, uma visão de limitação e agora afirma que em suas produções entendeu que a arte poderia se tornar um leque de experiências infindáveis, as quais mudara sua percepção de mundo. Nas palavras de Débora: ''arte é tudo aquilo que dizemos que é arte''.



Nos contando um pouco das suas produções com materiais diversos a artista fala um pouco do seu projeto de retratar brincadeiras e jogos dos anos 90 e trás nostalgia em sua fala ''a ideia era produzir bonequinhos de cerâmica e fazer uma comparação das brincadeiras e jogos das crianças de antigamente em contraste com as crianças de agora''. Realizado entre 2018 e 2019, Débora produziu cerca de 50 bonequinhos manualmente.



Em 2019 Débora estava numa situação delicada quanto e decidiu experimentar a tela e as cores num processo de auto cura ''esta obra foi feita com intuito de expressar meu sentimento de angústia, medo, alívio. Este quadro foi feito num momento bem difícil na minha vida que foi a doença da minha mãe que foi diagnosticada com câncer no intestino e a cura que ela alcançou''.



A obra que a artista mais curtiu experimentar até o momento, foi a vídeo arte produzida também em 2019 ''O projeto que eu mais gostei de fazer foi o ''característica do rosto'' que pulou totalmente dos projetos que eu já tinha feito. Nessa produção pude por minha timidez de lado e enfrentar os meus medos. Foi incrível.'' Neste projeto, Débora Rocha se permite performar diante as câmeras num vídeo onde a lente vai construindo sua imagem em cada detalhe. Olho. Cabelo. Sobrancelha. Boca. Nariz. Maquiada e de rosto lavado. A artista, além do vídeo, também se apresentou frente ao público na mostra de performances da Universidade Federal do Oeste da Bahia, sendo a performance uma extensão da vídeo arte, onde Débora coloca um saco na cabeça e nele são projetadas imagens do rosto da própria artista. 

É interessante pensar que Débora busca em seus processos de criação, mergulhar dentro de suas emoções mais primitivas. Sendo nos bonequinhos nostálgicos que a trás saudades da infância, sendo nas telas onde retrata seu privado, sua dor e calmaria no processo com a mãe e seja na vídeo arte / performance onde expõe sua fragilidade e enfrenta a mesma transparecendo força de dentro para fora. Um mix de sentimentos reprimidos postos pra fora em sua arte a flor da pele trazendo a quem tem a oportunidade de experimentar de perto, violência e calmaria. 

Fotos: cedidas gentilmente pela artista.
Escrito por: Luana B.

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