COLUNA ARTE NO OSTE: O PROCESSO ÍNTIMO DE MAYRA LOPES


Mayra Aparecida de Souza Lopes nasce em Mogi das Cruzes, São Paulo, onde aos 3 anos de idade se muda para Serra do Ramalho, Oeste Baiano, onde mora até os 19 e decide se mudar para São Felix do Coribe, também situado no Oeste Baiano, afim de iniciar Licenciatura em  Artes Visuais na UFOB e se afirmar, enfim, como artista visual. Mayra sempre esteve em contato e tomou gosto por arte desde muito pequena, conta ela em entrevista para o blog Oeste Selvagem: ‘’ na escola por exemplo, sempre assumia a responsabilidade dos trabalhos que envolviam desenho, ou até mesmo desenhava em casa sem propósito, só pra passar tempo’’.

Fruto desse ‘’passa tempo’’ a artista tem  sua trajetória marcada por linhas precisas com traços densos em seus desenhos e pinturas que encantam com suas cores e expressividade.

Um projeto sem-título feito a partir da ideia de desenhar bolas de papel amassadas é o que mais marca a artista até o momento de forma pessoal, ela conta pra gente:  ‘’amassei o papel e fiz o desenho, ficou parecido com a figura de uma flor ou de um pássaro’’. A artista que tem uma trajetória impecável de desenhos realísticos, agora se aventura em se deixar levar pelo abstrato, pela imaginação livre, porém sempre com traços bem marcados, que  situam sua persona estética, sempre em construção.

A artista também se aventura no universo da performance em ‘’Quando o Espelho Machuca’’ onde  rodeada de pedaços de vidro  com afirmações agressivas para consigo mesma, frases estas feitas em ocasiões as quais se sentia insatisfeita com aquilo que visualizava de frente o vidro do espelho,retrata uma observação  particular com a sua própria figura. Como descreve a própria artista:  ‘’a dificuldade de  se olhar no espelho sem sentir raiva de si mesma, como se ver a própria imagem machucasse literalmente’’. Esta performance reflete um problema social o qual muitas adolescentes vivenciam, visto a pressão midiática intensa por padrões corporais que jamais podem ser alcançados.

Com um processo criativo cuidadoso e íntimo Mayra contagia de forma muito individual  aqueles que experienciam suas obras. Há quem se identifique em sua performance, há quem se encante em suas pinturas, há quem fique intrigado com seus desenhos a lápis, de qualquer forma Mayra é uma artista impecável que transgride e nos permite refletir sobre aspectos da nossa vida sob um olhar individual e social.






Fotos: cedidas gentilmente pela artista
Matéria escrita por Luana B.

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