Resenha - Acorde! Acorde! Acorde! - Cólera

A ideia de pensar no Cólera depois da morte do Redson (fundador da banda falecido em 2011) há alguns anos foi difícil, mas sua morte na realidade transformou-se em um legado que somou ao do próprio Cólera, a banda assim seguiu, e o resultado é um disco em que a imagem (sonora e visual) clássica da banda permanece em seu novo formato, essa imagem passa uma mensagem clara: Acorde! Acorde! Acorde!
Quando se houve Cólera em seu álbum novo, algo muito importante deve ser lembrado, essa banda passou pelos últimos dois golpes que o país sofreu, formada em 1979, o Cólera viveu, sofreu e combateu durante a ditadura militar com suas ideias revolucionárias em uma época tão retrógrada, não muito diferente de hoje em dia com Michel Temer no poder. Essa perspectiva de resistência fica explícita nas letras em que a realidade e a cultura brasileira é exposta de uma maneira realista mas sem se deixar cair num nilismo vazio, o Cólera tem como objetivo acorda, não se deixar inclusive se deprimir com as situações sinistras da vida cotidiana, pelo contrário, é sair do torpor, acordar afinal.
Segundo a banda em sua página no Facebook

Este álbum foi idealizado e composto em grande parte pelo Redson, que infelizmente não teve tempo para vê-lo concluído. Mesmo com a sua ausência, todos nós nos esforçamos ao máximo para concluir esta obra que conta com 13 faixas inéditas e mais 3 músicas bônus retiradas de uma demo feita em 2009 com o Redson.
Dedicamos esse disco a ele!
Seremos eternamente gratos a todos os que nos apoiaram e esperamos retribuir esta confiança com um trabalho que levou muitos anos para ser concluído, mas que foi feito com muita seriedade e compromisso.
Esperamos que vocês gostem!
Que esse grito não seja em vão!

Além do conceito muito válido que a banda trabalhou pelo álbum, vale falar sobre a
Wendel - Vocal Pierre - Bateria, Fábio - guitarra,
Val - Baixo
musicalidade que vem com uma sonoridade muito única, trazendo arranjos que conservaram os metais na banda firmando um forte traço de ska em algumas passagens, porém a guitarra mantém firme com sua distorção, o baixo muito bem construído em cada faixa, segura uma linha firme com arranjos soando com o timbre que Val dá a banda desde 1980, não deixando de falar da bateria que manteve em todo álbum uma linha muito tradicional e muito bem trabalhada o que termina reafirmando a primeira impressão que se tem ao ouvir o disco: o Cólera ainda é o Cólera.




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